3 de fevereiro de 2025 - 6:47

Musk diz que fechará Usaid em esforço para corte de custos

O bilionário Elon Musk, que lidera os esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, para reduzir gastos do governo, deu nesta segunda-feira (3) uma atualização sobre o esforço, dizendo que trabalha para fechar a Usaid, agência americana de ajuda externa.

Trump designou Musk para liderar um painel de corte de custos federais.

Uma conversa no X, rede social que pertence ao bilionário, que incluiu o ex-candidato presidencial republicano Vivek Ramaswamy e os senadores republicanos Joni Ernst e Mike Lee, começou com Musk dizendo que trabalha para fechar a Usaid.

“Está além do reparo”, disse, acrescentando que o presidente Trump concorda que deve ser fechada.

No domingo, a Reuters informou que a administração Trump removeu dois altos funcionários de segurança da agência depois que eles tentaram impedir que representantes do Doge (Departamento de Eficiência Governamental) tivessem acesso a partes restritas do prédio.

A Usaid é a maior doadora individual do mundo. No ano fiscal de 2023, os EUA desembolsaram US$ 72 bilhões em assistência mundial, abrangendo desde a saúde das mulheres em zonas de conflito até o acesso a água potável, tratamentos para HIV/AIDS, segurança energética e trabalho anticorrupção. Forneceu 42% de toda a ajuda humanitária rastreada pelas Nações Unidas em 2024.

A agência conta com uma equipe de mais de 10 mil pessoas.

Trump ordenou um congelamento global na maior parte da ajuda externa dos EUA como parte de sua política chamada “América Primeiro”, que já causa impacto em todo o mundo.

Hospitais de campanha em campos de refugiados na Tailândia e medicamentos para tratar milhões de pessoas que sofrem de doenças como o HIV estão entre os programas em risco de eliminação.

Falando de forma mais ampla sobre a redução de despesas dos EUA e fraudes, Musk estimou que o governo Trump pode cortar US$ 1 trilhão do déficit no próximo ano.

Ele afirmou, por exemplo, que “fraudes estrangeiros profissionais” estão roubando grandes somas de dinheiro ao criarem cidadãos digitais falsos dos EUA.

Musk não ofereceu nenhuma evidência para apoiar sua alegação de fraude nem explicou como chegou ao valor de US$ 1 trilhão.

O bate-papo online ocorreu em meio a preocupações sobre o acesso de Musk ao sistema do Tesouro, relatado pela primeira vez pelo jornal “New York Times”, que envia mais de US$ 6 trilhões por ano em pagamentos em nome de agências federais e contém informações pessoais de milhões de americanos que recebem pagamentos da Previdência Social, reembolsos de impostos e outros valores do governo.

O democrata Peter Welch, membro do Comitê de Finanças do Senado, pediu explicações sobre por que Musk teve acesso ao sistema de pagamentos.

“É um abuso grosseiro de poder por parte de um burocrata não eleito e mostra que o dinheiro pode comprar poder na Casa Branca de Trump”, disse Welch em um comunicado.

Musk tem o apoio de Trump. Quando perguntado se Musk estava fazendo um bom trabalho no domingo, o presidente concordou. “Ele é um grande cortador de custos. Às vezes não concordaremos com isso e não iremos onde ele quer ir. Mas acho que ele está fazendo um ótimo trabalho. Ele é um cara inteligente. Muito inteligente. E ele está muito focado em cortar o orçamento federal.”

A equipe de Musk recebeu acesso ou assumiu o controle de vários sistemas governamentais.

A Reuters informou na sexta-feira (31) que assessores de Musk encarregados de administrar a agência de recursos humanos do governo dos EUA bloquearam servidores públicos de carreira dos sistemas de computador que contêm dados pessoais de milhões de funcionários federais, de acordo com dois funcionários da agência.

Musk agiu rapidamente para instalar aliados na agência conhecida como Escritório de Gestão de Pessoal. Uma equipe, incluindo funcionários atuais e antigos do bilionário, assumiu o comando em 20 de janeiro, o dia em que Trump assumiu o cargo, acrescentaram as fontes.

Desde que assumiu o cargo há 11 dias, Trump embarcou em uma grande reformulação do governo, demitindo e marginalizando centenas de servidores públicos em seus primeiros passos para reduzir a burocracia e instalar mais aliados.

noticia por : UOL

LEIA MAIS