11 de fevereiro de 2025 - 20:32

Mais de 130 alunos com deficiência estão sem aula em Cuiabá por falta de cuidadoras

APARECIDO CARMO

DAFFINY DELGADO

DO REPÓRTERMT

Mais de 130 famílias denunciaram à Câmara Municipal de Cuiabá que os filhos estão sem aulas devido à falta de Cuidadoras de Alunos com Deficiência (Cads). Conforme as mães das crianças, as profissionais foram obrigadas a abrir mão do vale-transporte e vale-alimentação em um novo contrato assinado com a empresa Terceirize Mais Costa Oeste. Além disso, as cuidadoras tiveram que aderir a um seguro de vida e plano odontológico.

Com os descontos, o salário que deveria ser de R$ 1200 caiu para R$ 900. Com remuneração inferior a um salário mínimo e ainda tendo que custear as passagens de ônibus, muitas profissionais estão desistindo da atuação.

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“A gente tem mais de 130 mães que fizeram a reclamação, esse número tende a aumentar”, denunciou a vereadora Maysa Leão (Republicanos) nesta terça-feira (11).

A empresa Terceirize Mais Costa Oeste foi contratada em caráter emergencial pelo prefeito Abilio Brunini (PL) no mês passado. Na ocasião, ele prometeu manter os valores de salários estabelecidos pelo Ministério da Educação e aumentar o número de cuidadoras para 1700.

“Quem vai trabalhar com esse valor? Tem CAD que trabalhava com criança em escolas que eram longe da residência da CAD. O contrato veio com ‘abro mão do vale transporte’, ‘abro mão do vale alimentação’, já vem ticado que ela faz a adesão a um seguro de vida, a um plano odontológico e foi falado para a mãe que a CAD não queria atender a criança. […] A gente tá falando aqui de assédio moral dessas profissionais”, resumiu a parlamentar.

A vereadora evitou criticar a Prefeitura, mas disse que os fiscais de contrato da empresa vão precisar agir diante das evidências de assédio contra essas profissionais.

“Nós vamos encaminhar a denúncia para o Ministério Público, para o Tribunal de Contas e agora a secretária já tem ciência. Então é o momento de a prefeitura agir, porque o que a empresa faz é responsabilidade da empresa, mas nós, enquanto legisladores e a gestão, temos a obrigação de fiscalizar esse contrato e o direito dessas mulheres”, disse a vereadora.

A secretária de Educação, Evanilda Solange Dias, que estava na Câmara e ouviu os relatos das mães afetadas, disse que vai procurar a gestão da empresa para averiguar o que está acontecendo.

Conforme Evanilda, 1.090 famílias tiveram o atendimento oferecido de forma regular nessa segunda-feira (10). Para fins de comparação, ela disse que no ano passado haviam 1.153 crianças assistidas por essas profissionais.

“Quando se contrata uma empresa, tem as cláusulas a serem cumpridas. Nós não podemos falar para você que a empresa está certa, que a empresa está errada, enquanto o jurídico não verificar a realidade dos fatos”, afirmou.

“Junto com a empresa, com as mães que estão indo na secretaria, nós estamos ajustando e creio que entre 3 dias estará resolvido todas as CADs”, acrescentou.

Outro lado

A reportagem tentou contato com a empresa Terceirize Mais Costa Oeste, mas o telefone da representante em Cuiabá não atende às ligações. Também não obtivemos resposta por e-mail até o fechamento da matéria. Caso a empresa se posicione, este texto será atualizado.

FONTE : ReporterMT

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