A pizza napolitana virou a queridinha dos paulistanos. Mas a verdade é que poucas novas pizzarias topam seguir à risca todos os pré-requisitos para obter a certificação italiana. A maior parte opta por adaptar ou modernizar o preparo, o que abre novas possibilidades de ingredientes e sabores.
É o caso da Seo Basilico, com duas casas em São Paulo. A primeira, na Mooca, aberta há quatro anos, e outra inaugurada recentemente, em Perdizes. Ali, o caminho se mostrou acertado.
Se o chef Vinicius Braune seguisse à risca a tradição em busca do selo de autenticidade, talvez não tivesse se aventurado em pizzas mais ousadas, como a mortadela e limone (R$ 57). Combinando mortadela, limão-siciliano, fior di latte, pistache e manjericão, é um dos sucessos do cardápio.
A escolha pelo fior di latte, queijo macio feito com leite de vaca, mostra que a alma napolitana está ali. A característica da massa, mais elástica, também. Para tirar a prova, basta afundar o dedo na borda, que volta, cheia de ar.
Também como nas casas napolitanas tradicionais, a pizza da Seo Basilico serve bem uma pessoa e vem com um único sabor —não é possível pedir meio a meio.
Mas o local dispensa a obrigatoriedade do uso da farinha 00 e do forno a lenha, por exemplo. Ele é a gás —o que, por sinal, não compromete em nada a experiência.
Outro destaque é a zucchini (R$ 58). As finas rodelas de abobrinha se acomodam delicadamente entre pedaços de fior di latte e a stracciatella (queijo de búfala cremoso). Para arrematar, toque de parmesão. Deliciosa! Peca pelo excesso de umidade na base, mas nada grave.
Já a pizza que leva o nome da casa, a Seo Basilico (R$ 58), une fior di latte ao pesto de manjericão. É uma pizza bianca, sem molho de tomate, mas chega gordurosa demais, e o resultado é enjoativo. A peperoni (R$ 59) é saborosa e, mesmo com a carne curada, dá para comer a pizza inteira sem pesar no estômago.
Para finalizar, cannoli (R$ 18). Recheado de ricota, limão-siciliano e pistache, é levíssimo e saboroso. Honra a flâmula do Juventus (fãs de cannoli entenderão!) pendurada perto da entrada. O único defeito é vir um só.
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O atendimento é atencioso, mas um pouco desatento. Uma água teve de ser pedida três vezes. Quem quiser observar o preparo da pizza pode encostar no balcão. Uma oportunidade para assuntar sobre a preocupação da casa com produtos artesanais e sem conservantes. Foi por causa disso, aliás, que Seo Basilico nasceu.
Como hobbie, os sócios Vinicius Braune e Leandro Ferrari faziam pizza em casa só com esses ingredientes, em forno portátil, e chamavam os amigos para provar. Fez tanto sucesso que acabou virando negócio.
E negócio bem-sucedido. A marca pretende abrir uma unidade na Flórida, nos Estados Unidos, nos próximos meses. Outra em Portugal também está nos planos.
noticia por : UOL