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Cachorra tinha três anos e fazia parte de um tratamento terapêutico de uma criança.
O DIA
A Polícia Civil está investigando a morte brutal de uma cachorra da raça Spitz Alemão. A suspeita é que ela tenha sido agredida com pancadas e uma tesourada pelo funcionário de um pet shop, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
O caso aconteceu no dia 20 de fevereiro, quando a dentista Flávia Corradi, de 37 anos, levou Zoe e outra cachorrinha para um banho no PetJet pela manhã. Cerca de 4h depois, ela entrou em contato com o estabelecimento perguntando sobre a cadela, já que o animal ainda não tinha voltado para casa.
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Flávia disse que recebeu uma mensagem da dona, informando que Zoe estava passando mal de calor e precisava de cuidados médicos. “Cheguei e vi a veterinária do pet shop com um ventilador em cima da Zoe, que estava embrulhada em uma toalha gelada”, relembrou.
A tutora ainda afirmou que encontrou o animal com a cabeça ensanguentada e sem movimentos. Zoe foi encaminhada a um hospital veterinário, onde foi socorrida por uma equipe médica em estado grave. Ela ficou internada em coma, e, no dia seguinte, Flávia foi comunicada sobre a morte cerebral.
Segundo o boletim de ocorrência, o funcionário do pet shop, responsável por cuidar de Zoe, teria alegado que a cadela aparentava estar bastante cansada. No momento em que tosava a pata traseira, ela teria deitado em cima de uma tesoura, o que ocasionou um corte de aproximadamente meio centímetro.
Contudo, ainda de acordo com a denúncia, foi constatado que o animal sofreu um traumatismo cranioencefálico. Devido à gravidade dos ferimentos, a dona do estabelecimento teria verificado as câmeras de segurança, que flagraram o funcionário realizando diversos gestos bruscos contra Zoe. As imagens não foram divulgadas.
“A imagem é nítida. A Zoe já tinha tomado banho e fez xixi na pata de trás. Ele (o tosador) fica com raiva porque teria que limpá-la novamente, dá um tapa muito forte na cabeça dela e entrega ela para tomar um novo banho”, disse Flávia.
“Quando Zoe volta para a mesa de tosa, o tosador, já impaciente, faz dois movimentos em direção a cabeça da cadela. O laudo mostra que quebrou o crânio dela todo”, acrescentou.
De acordo com a dentista, a cachorra tinha três anos. O animal também servia como apoio para a enteada da tutora, de 11 anos, em um tratamento terapêutico.
Em nota, o pet shop lamentou o episódio “inaceitável” e afirmou que, em sete anos de atuação, sempre “priorizou o respeito, o carinho e a segurança dos animais, de forma a garantir que cada pet recebido fosse tratado com o cuidado que merece”.
“Infelizmente, ao analisarmos as imagens de segurança, identificamos que um colaborador teve uma conduta cruel e inadmissível contra uma cachorrinha sob seus cuidados, o que resultou em ferimentos que, mesmo com todos os esforços veterinários, levaram à sua perda. Assim que tivemos ciência do ocorrido, tomamos as providências cabíveis: o funcionário foi demitido por justa causa e imediatamente denunciado às autoridades competentes”, diz um trecho da nota.
O estabelecimento ainda informou que, diante do impacto emocional e profissional causado pelo episódio, os responsáveis decidiram encerrar as operações do petshop.
“Esse episódio nos atingiu profundamente e nos fez repensar a continuidade de nossas atividades. Embora seja doloroso dar fim a um projeto construído com tanto amor e dedicação, acreditamos que essa é a atitude mais coerente neste momento”, afirmou.
FONTE : ReporterMT