Salles é acusado de ter autorizado uma decisão do Ibama que afrouxou regras para exportação de madeira. Segundo a denúncia do MPF (Ministério Público Federal), órgão ambiental acatou um pedido de duas empresas do Pará e invalidou uma instrução normativa que regulava o controle da madeira vendida para fora do país. O presidente do Ibama à época, Eduardo Bim, também é réu nesse processo.
Caso levou à saída de Salles do governo Bolsonaro. Ele deixou o ministério em junho de 2021 devido à Operação Akuanduba, da Polícia Federal, em abril daquele ano. A investigação apontou que o Ibama havia legalizado, de forma retroativa, cinco contêineres de madeira que já tinham chegado aos países compradores sem autorização.
Salles é réu por associação criminosa, facilitação ao contrabando, advocacia administrativa e obstrução à fiscalização ambiental. Segundo o MPF, o ex-ministro favoreceu os madeireiros e permitiu “a representação de interesses privados em detrimento do interesse público”.
A defesa de Salles vê como “natural” a decisão de Moraes. O advogado Roberto Podval, que representa o ex-ministro, afirmou ao UOL que a medida era esperada diante das novas regras do STF para o foro privilegiado. Podval diz esperar, ainda, que Moraes não trate o caso de maneira diferenciada em razão das pretensões políticas de Salles.
Que os autos voltem ao STF é natural em razão da nova orientação adotada. Quanto ao eventual interesse do ministro Alexandre nesse caso, acredito que para ele esse é apenas mais um caso. Conheço o ministro e sei que não tratará esse caso diferente em razão de Ricardo Salles ser um potencial candidato ao governo, ou mesmo ao Senado.
Roberto Podval, advogado de Ricardo Salles
noticia por : UOL