O Irã está de volta. No primeiro trimestre deste ano, o país deixou US$ 609 milhões em compras de alimentos no Brasil. O valor fica próximo do de igual período do ano passado, mas bem acima da média dos anos anteriores.
Os melhores momentos nos três primeiros meses do ano, até então, haviam sido de 2017 a 2019, quando as importações do país persa no Brasil ficavam em US$ 500 milhões. Três produtos lideram a lista das compras: milho, soja e açúcar. Carnes e café também entram na pauta de importações.
O Irã liderou as importações de milho no trimestre, ao adquirir 2 milhões de toneladas. O Egito, o segundo maior importador, ficou com 1,3 milhão. A China, após uma recomposição de estoques e maior produção interna, reduziu as compras do produto brasileiro, ficando apenas em 10ª na lista dos importadores.
Com a aproximação maior do Irã do mercado do Brasil, o Oriente Médio supera as importações da Ásia, líder no primeiro trimestre de 2024. Além do Irã, Arábia Saudita e Iraque se destacam na região, com a compra de 275 mil e 134 mil toneladas, respectivamente.
Já na Ásia, Vietnã, com a compra de 408 mil toneladas nestes três primeiros meses do ano, mantém a liderança da região, seguido de Bangladesh e Taiwan. A Ásia perdeu espaço no mercado brasileiro, importando 1,1 milhão de toneladas neste ano, 70% a menos do que de janeiro a março de 2024.
Segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), as vendas externas do cereal somaram 5,9 milhões de toneladas até março, com queda em relação aos 7 milhões de igual período de 2024. As receitas com o cereal recuaram para US$ 1,32 bilhão, 18% a menos.
Produtor volta a investir em máquina, prevê Itaú BBA
A expectativa de safra cheia e o retorno gradual dos investimentos dos produtores devem gerar uma melhora nas intenções de negócios no setor de máquinas agrícolas neste ano, segundo avaliação do banco Itaú BBA. O ano já começou com uma recuperação, com o setor comercializando 7.326 tratores e colheitadeiras no primeiro bimestre, uma alta de 43% em relação ao mesmo período de 2024, segundo a Anfavea.
Para o banco, após dois anos de queda nas vendas, o cenário tende a mudar em 2025. A Abimaq estima crescimento de 8,2% nas vendas de máquinas agrícolas em 2025, após uma queda do faturamento do setor para R$ 60,4 bilhões no ano passado, 19,9% a menos do que no período anterior.
Folha Mercado
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Pedro Fernandes, diretor de Agronegócios do Itaú BBA, diz que há uma maior liberação dos investimentos que estavam represados. Para o executivo, o produtor segurou a renovação do parque de máquinas nos últimos anos, mas agora já imprime um ritmo melhor nos negócios. Com isso, as expectativas são mais animadoras, uma vez que a receita por hectare subiu, dada a produtividade, embora o preço por saca não tenha reagido.
A Agrishow anunciou R$ 15 bilhões em intenções de negócios para este ano, 10,2% em relação ao registrado em 2024. O banco quer ampliar a presença no agronegócio e reforçar a vocação de financiador do setor, afirma Fernandes.
O Itaú BBA iniciou o ano com uma carteira de crédito rural de R$ 115 bilhões, e prevê alcançar R$ 135 bilhões até o fim de 2025. Só nos projetos nos segmentos de etanol de milho e de esmagamento de soja, estão mapeados R$ 30 bilhões.
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noticia por : UOL