20 de abril de 2025 - 1:01

Polícia captura quatro suspeitos de massacre durante rinha de galos no Equador

A polícia do Equador informou nesta sexta-feira (18) que capturou quatro “supostos responsáveis” pelo ataque armado que deixou 12 mortos durante uma rinha de galos em uma localidade rural no noroeste do país.

Perto da meia-noite de quinta-feira, homens armados com fuzis e vestidos com uniformes militares abriram fogo contra os participantes de um local de briga de galos na cidade de La Valencia, na divisa entre as províncias de Manabí e Santo Domingo de los Tsáchilas.

“Em menos de 24 horas conseguimos a prisão dos supostos responsáveis pelo massacre”, possíveis membros da temida organização criminosa R7, afirmou na rede social X, antigo Twitter, o comandante-geral da polícia do Equador, Víctor Hugo Zárate.

Entre os detidos está “um alvo de valor intermediário” conhecido como Guanábana, disse o general. “Essas pessoas estariam diretamente vinculadas” ao ataque, acrescentou. No tiroteio, várias pessoas ficaram feridas e foram levadas a hospitais próximos, informou mais cedo o coronel da polícia Renán Miller Rivera, sem especificar o número.

Manabí é uma das seis províncias do Equador, além de Quito e uma localidade mineradora no sudoeste, sob estado de exceção decretado pelo governo para enfrentar a violência do narcotráfico que tem assolado o país.

Diante da situação de segurança, o presidente Daniel Noboa havia renovado essa medida pouco antes do segundo turno presidencial, no último domingo, no qual foi reeleito ao vencer a candidata de esquerda Luisa González.

Uniformes militares

Imagens de uma câmera de segurança que circularam nas redes sociais mostram um grupo de pelo menos cinco homens entrando no recinto e disparando com fuzis automáticos contra cerca de cem pessoas presentes no evento.

Os atacantes usavam réplicas de uniformes militares, uma tática comum entre as gangues no Equador.

Durante o ataque, os espectadores só conseguiram se jogar no chão, e a maioria se escondeu debaixo das arquibancadas. Vídeos de testemunhas mostraram vários corpos espalhados pelo chão do local.

Em uma estrada próxima, as autoridades encontraram “uniformes de tipo militar” jogados e dois veículos abandonados, informou o coronel Miller Rivera. Um dos carros estava incendiado e o outro capotado.

Antes considerado um farol de paz em uma região conflituosa, o Equador agora está mergulhado em uma sangrenta guerra territorial entre narcotraficantes e máfias internacionais rivais.

A taxa de homicídios no Equador subiu de 6 por 100 mil habitantes em 2018 para 38 em 2024, com o recorde histórico de 47 em 2023. Noboa, que em janeiro de 2024 declarou o país em conflito armado interno, busca eliminar a violência com uma política de mão dura. Durante a campanha para sua reeleição, anunciou que solicitará a países aliados o envio de “forças especiais” para ajudar em sua guerra contra o crime.

O presidente também anunciou uma “aliança estratégica” com Erik Prince, fundador da polêmica empresa de segurança privada norte-americana Blackwater, que no início de abril participou de uma operação policial em Guayaquil (sudoeste).

Pelo Equador, que tem cerca de 18 milhões de habitantes, transita 73% da cocaína produzida no mundo, segundo relatório do Ministério do Interior citado pela ONU.

noticia por : UOL

20 de abril de 2025 - 1:01

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