2 de maio de 2025 - 6:04

Empresa nega envolvimento em escândalo na Câmara e joga culpa em funcionário

DAFFINY DELGADO

DO REPÓRTERMT

Por meio de nota, a empresa HB20 Construções negou qualquer envolvimento ou ter feito repasses ilícitos para vereadores da Câmara de Cuiabá, esquema investigado na Operação Perfídia, deflagrada pela Polícia Civil na terça-feira (29). Segundo a construtora, o prestador de serviços João Jorge Souza Catalan Mesquita, apontado como interlocutor pela polícia, agiu por conta própria.

“A empresa não autorizou, pactuou ou participou de qualquer tratativa, direta ou indireta, relacionada a repasses ilícitos ou condutas que afrontem a ética e a legalidade”, diz trecho de nota.

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Na ação policial, os vereadores de Cuiabá Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB) foram os principais alvos. Eles foram afastados dos cargos por tempo indeterminado e ainda tiveram seus bens bloqueados e celulares apreendidos.

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A investigação apura um suposto esquema de pagamento de propina de R$ 250 mil aos vereadores com o objetivo de garantir a aprovação de um projeto de lei que beneficiaria a empreiteira, responsável por parte das obras no entorno do Contorno Leste, em Cuiabá.

De acordo com a nota, assinada pelo advogado Flávio Moura, a HB20 declarou que todas as suas relações institucionais sempre foram pautadas pela transparência, legalidade e regularidade contratual com o Poder Público.

Ele pontuou ainda que a empresa já havia adotado medidas internas contra o ex-prestador de serviços João Jorge, por suspeitas de irregularidades cometidas durante o período em que atuou na construtora.

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“O senhor João Jorge Souza Catalan Mesquita, citado como interlocutor em supostos pagamentos, nunca teve poderes legais ou autorização formal para representar a empresa em qualquer negociação externa, especialmente de natureza institucional, ele era apenas um prestador de serviços como qualquer outro”, diz outro trecho.

“A empresa, inclusive, já havia anteriormente adotado medidas internas contra o referido ex-funcionário, diante de condutas incompatíveis com os princípios da empresa, incluindo registro de denúncias e suspeitas de irregularidades praticadas por ele no exercício de suas funções, inclusive existe uma notícia crime anterior a essas acusações levianas”, acrescenta.

Ainda em comunicado, a HB20 reforçou que está à disposição das autoridades para contribuir com o esclarecimento dos fatos e defendeu que os responsáveis pelos atos investigados sejam punidos, “seja quem for”.

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“Por fim, repudiamos qualquer tentativa de manipulação ou distorção de fatos para criar narrativas que sirvam como cortina de fumaça para acobertar desvios de conduta individuais. A empresa não se submeterá a pressões, chantagens, Extorsão ou insinuações levianas”.

“É de total interesse da empresa esclarecer os fatos e chegar a verdade real de toda essa situação, inclusive para que o verdadeiro responsável seja punido seja quem for”, finaliza nota.

Operação Perfídia

De acordo com a Polícia Civil, o suposto esquema foi denunciado em 2024 pelo então deputado federal e agora prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL). As irregularidades teriam acontecido em 2023. 

Segundo investigações da Polícia Civil, um valor de R$ 250 mil foi repassado para que os vereadores aprovassem a proposta do Executivo Municipal.

Parte desse valor, R$ 150 mil, foi transferida diretamente via PIX a José Marcio da Silva Cunha, pessoa ligada ao grupo investigado. Já a quantia restante teria sido entregue em espécie ao vereador Joelson, de acordo com os autos.

Veja integra da nota:

Diante das recentes informações veiculadas na imprensa sobre a “Operação Perfídia”, que envolve acusações graves contra agentes públicos e menciona o nome da empresa HB20 Construções EIRELI, cumpre esclarecer que:

1. A empresa não autorizou, pactuou ou participou de qualquer tratativa, direta ou indireta, relacionada a repasses ilícitos ou condutas que afrontem a ética e a legalidade.

2. Todas as relações institucionais da empresa sempre foram pautadas pela transparência, legalidade e regularidade contratual com o Poder Público.

3. O senhor João Jorge Souza Catalan Mesquita, citado como interlocutor em supostos pagamentos, nunca teve poderes legais ou autorização formal para representar a empresa em qualquer negociação externa, especialmente de natureza institucional, ele era apenas um prestador de serviços como qualquer outro.

3. A empresa, inclusive, já havia anteriormente adotado medidas internas contra o referido ex-funcionário, diante de condutas incompatíveis com os princípios da empresa, incluindo registro de denúncias e suspeitas de irregularidades praticadas por ele no exercício de suas funções, inclusive existe uma notícia crime anterior a essas acusações levianas.

4. A tentativa de envolver o nome da empresa em atos isolados e ilegais, supostamente praticados por terceiros que agiram à margem de qualquer autorização, é vista com extrema gravidade pela atual diretoria, que colaborará com as autoridades sempre que necessário para o total esclarecimento dos fatos.

5. Por fim, repudiamos qualquer tentativa de manipulação ou distorção de fatos para criar narrativas que sirvam como cortina de fumaça para acobertar desvios de conduta individuais. A empresa não se submeterá a pressões, chantagens, Extorsão ou insinuações levianas.

6. É de total interesse da empresa esclarecer os fatos e chegar a verdade real de toda essa situação, inclusive para que o verdadeiro responsável seja punido seja quem for.

Reiteramos nosso compromisso com a verdade, com o respeito à legislação e à boa-fé nas relações institucionais e contratuais.

Flávio Moura
Advogado OAB/PA 22.209
HB20 Construções EIRELI

FONTE : ReporterMT

2 de maio de 2025 - 6:04

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