12 de maio de 2025 - 14:49

Veja o que Putin e Zelenski já falaram sobre negociações desde o início da guerra

Até o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, aceitar a proposta deste domingo (11) de seu homólogo russo, Vladimir Putin, de negociar a paz em conversas que devem acontecer na Turquia, o histórico de declarações entre os dois foi marcado por falas ambíguas e acusações.

As negociações propostas pelo russo vão levar em conta um rascunho de um acordo de 2022 que foi abandonado pelas duas partes, afirmou o Kremlin.

Entre o fim de setembro e o começo de outubro daquele ano, Putin declarou estar “pronto para negociar” durante cerimônia em que assinou a anexação de territórios ucranianos. Também disse que habitantes dessas regiões se tornaram “russos para sempre” sob o argumento de que pessoas foram retiradas da União Soviética quando ela se dissolveu.

Também no fim de 2022, Zelenski apresentou na cúpula do G20, o grupo das economias mais desenvolvidas do mundo, um plano de paz com dez pontos em uma apresentação virtual para a reunião realizada em Bali, na Indonésia.

A proposta incluía a retirada das tropas russas, segurança energética e restauração do território ocupado. “Estou convencido de que é a hora em que a guerra destrutiva deve e pode ser interrompida”, afirmou.

Na virada do ano, porém, Zelenski voltou atrás no tom conciliador e acusou o presidente russo de estar se escondendo atrás de suas tropas. “Seu líder quer mostrar que está liderando do front e que seu Exército o apoia. Mas, na verdade, ele está se escondendo. Ele está se escondendo atrás de vocês e está queimando seu país e seu futuro”, afirmou em mensagem em 1º de janeiro de 2023.

Logo após ser reeleito, em março de 2024, Putin reafirmou que as regiões anexadas da Ucrânia faziam parte da nova Rússia. “Elas declararam seu desejo de retornar à sua família nativa.” Seis meses depois, citou Brasil, China e Índia como potenciais mediadores para uma negociação de paz entre seu país e a Ucrânia.

“Estamos prontos para negociar com eles? Nós nunca nos recusamos, mas não sob demandas efêmeras, e sim na base de documentos que foram acordados e assinados em Istambul”, disse Putin, referindo-se às negociações que colapsaram no fim de março de 2022 na Turquia.

Em março de 2025, Zelenski afirmou que o povo da Ucrânia não estava sozinho, que seu interesse estava representado em todos os países, em todos os cantos do mundo. A declaração aconteceu durante um encontro com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, em uma tentativa de reforçar o apoio europeu a seu país após o racha com os Estados Unidos de Donald Trump, com quem protagonizou um bate-boca ao vivo na Casa Branca.

Menos de 15 dias depois, porém, fez um aceno aos EUA. “Os EUA queriam que mostrássemos que queremos uma paz rápida, e nós demonstramos”, disse Zelenski a repórteres na capital ucraniana.

Em abril de 2025, os Estados Unidos e a Ucrânia anunciaram a assinatura de um acordo que cria um fundo de investimento destinado à reconstrução e à recuperação econômica do país invadido pela Rússia a ser financiado pela exploração de recursos minerais ucranianos. O acordo aconteceu após meses de negociações tensas entre os dois lados e em meio a dúvidas plantadas e condições impostas por Trump sobre a continuidade do apoio americano à Ucrânia na sua guerra contra a Rússia.

Em um dos últimos capítulos antes de propor novas negociações de paz, Putin, em vídeo publicado há menos de dez dias, afirmou que Rússia tem força para vencer a Guerra da Ucrânia sem armas nucleares.

“Não houve necessidade de usar essas armas e espero que não sejam necessárias. Temos força e meios suficientes para levar o que foi iniciado em 2022 a uma conclusão lógica, com o resultado que a Rússia almeja.”

noticia por : UOL

12 de maio de 2025 - 14:49

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