Ele anunciou nesta quarta-feira (28) a restrição de visto para autoridades estrangeiras ‘cúmplices de censura a americanos’. Seu cargo é equivalente ao de ministro das Relações Exteriores no Brasil. Secretário de Trump diz avaliar punir Alexandre de Moraes com base em lei dos EUA
O nome do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, se tornou um dos mais buscados no Google no Brasil depois que ele anunciou restrições de visto a algumas autoridades estrangeiras.
Rubio não listou quem será afetado, mas citou a América Latina como um dos alvos da medida. O ministro do STF Alexandre de Moraes pode ser um dos alvos da medida do secretário.
De origem cubana, Rubio tem muito interesse na política da América Latina, sempre alinhado a grupos conservadores.
Em 2015 e 2016, quando foi um dos rivais derrotados por Trump nas primárias republicanas, recebeu dele o apelido jocoso de Little Marco (Marquinhos) e era alvo de piadas com sua aparência.
Hoje, no entanto tem um dos cargos de maior poder dos EUA, equivalente ao de ministro das Relações Exteriores no Brasil.
Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA
AP Photo/Jose Luis Magana
Quem é Marco Rubio
O secretário nasceu em Miami, em 1971, e é filho de imigrantes cubanos. Seu pai trabalhava como barman, enquanto sua mãe dividia o tempo entre dona de casa e camareira de hotel.
Segundo o Departamento de Estado dos EUA, “Rubio se interessou pelo serviço público em grande parte por conversas com seu avô, que testemunhou como o comunismo destruiu sua terra natal”.
Ele formou-se em ciências políticas pela Universidade da Flórida em 1993. E após se casar com sua esposa Jeanette, o secretário atuou como presidente da Câmara dos Representantes da Flórida. Em 2010, conquistou uma cadeira no Senado dos EUA, onde serviu até 2025.
Sua candidatura ao Senado foi impulsionada pelo Tea Party, uma ala de extrema direita dos republicanos que se fortaleceu após a eleição de Barack Obama como presidente.
Ele foi membro de algumas frentes do Senado, como: o Comitê de Relações Exteriores, o Comitê de Inteligência e o Comitê de Pequenas Empresas e Empreendedorismo.
Marco Rubio será secretário de Estado dos EUA
Rubio já foi rival humilhado por Trump
Em novembro de 2024, o presidente dos EUA o nomeou para o cargo de secretário de Estado – e ele tomou posse em 21 de janeiro de 2025.
A decisão foi vista como uma reviravolta, já que em 2016, os dois trocaram provocações durante as primárias republicanas. O atual presidente dos EUA chamou Rubio de “Little Marco” (pequeno Marco, em tradução literal).
O apelido surgiu devido à sua altura dele, que, segundo o The Washington Post, está entre 1,73 metros e 1,78 metros. O presidente dos EUA tem por volta dos 1,90 m.
Além disso, com o diminutivo Trump queria colar em Marco Rubio a imagem de jovem e inexperiente (ele dizia que o então rival parecia um “menininho no palco”).
Donald Trump também fazia piada com o suor de Marco Rubio nos debates (“Eu nunca vi um cara suado assim na vida, tragam um para o suor dele”) e dizia que ele era um “peso-leve”, “ambicioso demais.”
Rubio, por sua vez, insultou Trump e chamou-o de “vigarista” e “a pessoa mais vulgar que já aspirou à Presidência”.
Marco Rubio era mais levado a sério por analistas no começo das primárias, mas foi atropelado por Trump, assim como outros republicanos que perderam poder desde então.
De todo modo, no dia da nomeação, em novembro de 2024, Trump disse: “ele será um forte defensor da nossa nação, um verdadeiro amigo dos nossos aliados e um guerreiro destemido que nunca recuará diante dos nossos adversários. Estou ansioso para trabalhar com Marco para tornar a América e o mundo seguros e grandes novamente”.
‘Influência’ de bolsonaristas?
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Marco Rubio e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) começaram a se aproximar em 2018, quando o então senador da Flórida recebeu o filho do presidente do Brasil e aliados em viagem aos EUA.
A decisão de Marco Rubio sobre restringir a presença de autoridades estrangeiras no país – como supostamente o ministro Alexandre de Moraes – está alinhada ao discurso de Eduardo Bolsonaro.
Tanto que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu na segunda-feira (26) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito para investigar a atuação do deputado nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.
Segundo a Procuradoria, desde o ano passado o deputado vem “reiteradamente e publicamente afirmando que está se dedicando a conseguir do governo dos Estados Unidos a imposição de sanções contra integrantes do Supremo Tribunal Federal”.
Montagem de fotos de Alexandre de Moraes e Eduardo Bolsonaro.
Arte/g1
Em março deste ano, Eduardo Bolsonaro anunciou licença do mandato parlamentar para morar nos Estados Unidos, onde está desde o fim de fevereiro. À época, ele fez críticas a Moraes, responsável pelo inquérito que investiga o seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, por tentativa de golpe de Estado.
Nesta quarta (28), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) parabenizou o secretário dos EUA pela nova decisão em um vídeo publicado no X (antigo Twitter).
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Fonte: G1