12 de junho de 2025 - 7:04

Vídeo: assista a íntegra do depoimento de Bolsonaro ao STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento nesta terça (10) na Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) diante do ministro Alexandre de Moraes e, pela primeira vez, respondeu a questionamentos da corte sobre suposta participação em trama golpista no final de 2022.

Bolsonaro negou ter discutido um golpe de Estado para impedir a posse de Lula (PT) após a eleição presidencial, mas admitiu ter discutido com chefes das Forças Armadas possibilidades que, segundo ele, seriam dentro da Constituição.

O ex-presidente é um dos oito réus do que a PGR (Procuradoria-Geral da República) classificou como núcleo crucial da trama golpista. Os interrogatórios que começaram na segunda-feira (9) com Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foram encerrados nesta terça, com o ex-ministro Walter Braga Netto.

Na Presidência, Bolsonaro acumulou uma série de declarações golpistas às claras, provocou crises entre os Poderes, colocou em xeque a realização das eleições de 2022, ameaçou não cumprir decisões do STF e estimulou com mentiras e ilações uma campanha para desacreditar o sistema eleitoral do país.

Após a derrota para Lula, incentivou a criação e a manutenção dos acampamentos golpistas que se alastraram pelo país e deram origem aos ataques do 8 de Janeiro.

Nesse mesmo período, adotou conduta que contribuiu para manter seus apoiadores esperançosos de que permaneceria no poder e, como ele mesmo admitiu publicamente, reuniu-se com militares e assessores próximos para discutir formas de intervir no TSE e anular as eleições.

Saudosista da ditadura militar (1964-1985) e de seus métodos antidemocráticos e de tortura, o ex-presidente já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é réu no STF sob a acusação de ter liderado a trama golpista de 2022. Hoje está inelegível ao menos até 2030.

Caso seja condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado, a pena pode passar de 40 anos de prisão.

noticia por : UOL

12 de junho de 2025 - 7:04

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