Irã acusou os Estados Unidos nesta sexta-feira (13) de estarem envolvidos nos ataques de Israel ao país persa, o que Washington negou, dizendo a Teerã no Conselho de Segurança das Nações Unidas que o regime “faria bem” em negociar sobre seu programa nuclear.

O Irã lançou ataques de retaliação contra Israel no final de sexta depois de um bombardeio de larga escala de Tel Aviv mirando infraestrutura nuclear e altos comandantes de Teerã. O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse que o adversário estava “se preparando para a guerra” e que os ataques de Israel foram “um ato de preservação nacional” —uma afirmação contestada por especialistas em direito internacional.

Seu homólogo iraniano, Amir Saeid Iravani, acusou Israel de buscar “matar a diplomacia, sabotar negociações e arrastar a região para um conflito mais amplo”, e disse que a cumplicidade de Washington estava “além de qualquer dúvida”.

“Aqueles que apoiam este regime, com os Estados Unidos na linha de frente, devem entender que são cúmplices”, disse Iravani ao Conselho de Segurança. “Ao ajudar e permitir esses crimes, eles compartilham total responsabilidade pelas consequências.”

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na sexta-feira que havia dado a Teerã um ultimato de 60 dias, que expirou na quinta-feira, para fazer um acordo sobre seu programa de enriquecimento de urânio, que o Irã diz ser para fins pacíficos. Uma sexta rodada de conversações entre EUA e Irã estava programada para acontecer em Omã no domingo, mas não está claro se ela vai acontecer.

Danon disse que Israel havia sido paciente. “Esperamos que a diplomacia funcionasse… Observamos as negociações se estenderem, enquanto o Irã fazia falsas concessões ou recusava as condições mais fundamentais”, disse Danon ao Conselho de Segurança.

A imprensa americana relatou que as negociações entre Teerã e Washington se complicaram depois que o governo Trump exigiu que o Irã abandonasse por completo o enriquecimento de urânio —algo que o país não estava preparado para fazer.

O embaixador israelense disse que a inteligência havia confirmado que o Irã poderia ter produzido material físsil suficiente para múltiplas bombas atômicas em questão de dias.

O alto funcionário dos EUA McCoy Pitt disse que os Estados Unidos continuarão a buscar uma resolução diplomática que garanta que o Irã nunca adquira uma arma nuclear ou represente uma ameaça à estabilidade no Oriente Médio.

“A liderança do Irã faria bem em negociar neste momento”, disse Pitt ao conselho. Embora Washington tenha sido informado dos ataques iniciais de Israel com antecedência, não esteve militarmente envolvido, disse ele.

O chefe da agência nuclear da ONU, Rafael Grossi, disse ao Conselho de Segurança que a usina piloto de enriquecimento de urânio de Natanz, no Irã, havia sido destruída, e que Terrã relatou que instalações nucleares em Fordow e Isfahan também foram atacadas.