Sobre os usos, as áreas de pastagens se destacaram com 6,4 milhões de hectares queimados entre janeiro e novembro de 2024, ou 21% do total nacional.
Em 2024, observou-se uma mudança preocupante no padrão das áreas atingidas pelo fogo, enquanto nos últimos seis anos as queimadas afetaram predominantemente áreas de pastagem, neste ano as florestas passaram a ser as mais impactadas.
Felipe Martenexen, pesquisador do IPAM e da equipe do Monitor do Fogo
Quando olhamos somente para novembro, o número de área queimada caiu com o arrefecimento da estação do fogo no Brasil. Entretanto, o fogo ainda segue em patamares mais altos que em 2023: 2,2 milhões de hectares afetados em novembro (área equivalente ao estado de Sergipe).
Os números de 2024 são alarmantes, especialmente considerando que 2023 já havia registrado uma tendência de alta, comprometendo não apenas os biomas mais afetados, como Amazônia e Cerrado, mas também o equilíbrio climático. O recorde de área queimada também em florestas afeta sua capacidade de regeneração e a resiliência ecossistêmica.
Vera Arruda, pesquisadora no IPAM e coordenadora técnica do Monitor do Fogo
Sobre os dados
O Monitor do Fogo é um mapeamento mensal de cicatrizes de fogo do país desde 2019. Para isso, ele usa imagens do satélite Sentinel 2. O dado revela, em tempo quase real, a localização e extensão das áreas queimadas, facilitando assim a contabilidade das áreas afetadas pelo fogo.
noticia por : UOL