23 de janeiro de 2025 - 0:10

Soldado do Exército denuncia agressão com vassoura por colegas no interior de SP

Um soldado do Exército Brasileiro de 19 anos denuncia uma agressão que supostamente teria partido de seis colegas na última quinta-feira (16) no 13º Regimento de Cavalaria Mecanizada, em Pirassununga (SP), onde ele atua. Ele teria sido rendido pelos militares e, em seguida, agredido com um cabo de vassoura e pedaços de madeira, entre outros objetos.

A Polícia Civil confirmou que foi registrado um boletim de ocorrência de agressão no 1º Distrito Policial de Pirassununga e a denúncia foi encaminhada ao Exército. A corporação não respondeu aos questionamentos da reportagem.

O advogado Pablo Canhadas Pereira, que representa o soldado, afirmou à Folha que as agressões aconteceram em dois momentos distintos. No primeiro, pediram ao jovem que limpasse o depósito de recicláveis da unidade e, no local, ele teria sido rendido por seis militares, sendo cinco soldados e um cabo.

“Mandaram que ele abaixasse as calças, o que ele recusou. Forçosamente, abaixaram as calças dele e disseram que seria por bem ou por mal. Esfregaram um cabo de vassoura entre suas nádegas. Meu cliente informou que não houve a inserção no ânus, mas a tentativa. Ele conseguiu se desvencilhar e escapou do local”, descreveu.

Enviado para fazer a manutenção de outro depósito, o jovem relatou ter sido contido novamente pelos militares, que teriam mudado a abordagem. Enquanto dois o seguravam, outros quatro o agrediram com os objetos de madeira por mais de 30 minutos.

“Ao término, ele foi coagido. Disseram que, se ele levasse ao conhecimento dos superiores, iriam acabar com a vida dele. Já em casa, ao relembrar tudo que havia ocorrido sofreu um surto, e atentou contra a própria vida, só não obtendo êxito no atentado devido a intervenção rápida e eficiente da Polícia Militar, que conseguiu através de negociações acalmar o soldado e socorrê-lo com o auxílio do Samu”, contou.

De acordo com o advogado, as lesões nas nádegas e na parte posterior dos braços e coxas são muito grandes, com hematomas extensos.

O soldado, que está há um ano no Exército, vive com a esposa e cuida da filha de uma cunhada. Com situação financeira precária, tinha como atividade complementar trabalhar como garçom em serviços de bufê e em restaurantes da cidade. Agora, diz o advogado, depende da ajuda de familiares em razão de surtos, que o deixam falando sozinho e instável.

noticia por : UOL

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