7 de fevereiro de 2025 - 16:20

Por que a esquerda está em pânico

Esta semana, um grande embate eclodiu entre os democratas e a equipe de Trump devido à intervenção da Casa Branca na Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

A USAID administrou aproximadamente US$ 40 bilhões no ano fiscal de 2023. Seu mandato original, estabelecido sob a Lei de Assistência Estrangeira de 1961, era expandir a influência americana pelo mundo por meio de auxílio a diversas organizações governamentais e não governamentais. Com o tempo, no entanto, a USAID transformou-se em um cofre de financiamento para uma ampla gama de organizações internacionais, cujas agendas vão desde políticas de energia verde até a disseminação de pautas raciais e de gênero alinhadas à esquerda.

O presidente Donald Trump encarregou o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), liderado por Elon Musk, de assumir o comando da agência e avaliar possíveis cortes. Quando a equipe de Musk, composta por jovens talentos, chegou aos escritórios da USAID, foi impedida de acessar documentos pelos gestores da agência. Em resposta, Trump demitiu esses funcionários. Poucos dias depois, o secretário de Estado Marco Rubio foi nomeado diretor interino da USAID, com autoridade para implementar as mudanças recomendadas pelo DOGE.

O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer (Democrata-NY), acusou Musk de liderar “um governo paralelo não eleito… conduzindo uma aquisição hostil do governo federal”. Segundo Schumer, cortes na USAID prejudicariam o combate ao terrorismo, além de comprometer esforços humanitários ao redor do mundo. “Se a América se retirar do restante do mundo”, afirmou Schumer, “a China preencherá o vazio”.

Esse argumento poderia ser válido sob uma liderança eficiente. No entanto, os democratas optaram por colocar os interesses americanos em segundo plano, subordinando-os às suas próprias pautas ideológicas. É por isso que a USAID incorporou a Política de Desenvolvimento Inclusivo LGBTQI+ à sua agenda para países estrangeiros — apesar da incompatibilidade óbvia entre essa ideologia radical e os interesses estratégicos dos EUA no exterior. Em 2013, por exemplo, a USAID anunciou que destinaria US$ 11 milhões a grupos ativistas para apoiar a defesa de direitos LGBTQI+ no Equador, Honduras, Guatemala e outros países em desenvolvimento.

Isso exemplifica uma abordagem mais ampla dos democratas à governança: quando estão no poder, utilizam as alavancas do Estado não apenas para beneficiar aliados políticos dentro e fora do país, mas também para institucionalizar esses fluxos de financiamento, garantindo que continuem funcionando mesmo quando deixam o governo.

Durante o último século, os democratas construíram mecanismos permanentes de financiamento desse tipo. Por exemplo, os centenas de bilhões de dólares destinados anualmente ao Departamento de Educação são amplamente canalizados para instituições e grupos educacionais alinhados à esquerda.

Mas o que acontece quando um novo chefe do Executivo se recusa a permitir que esse sistema de financiamento continue operando? O que acontece quando ele revisa os gastos e descobre que o dinheiro do contribuinte está sendo direcionado para fins políticos antagônicos aos seus objetivos?

É exatamente isso que os democratas estão enfrentando agora: a enorme base de poder burocrático que construíram e consolidaram ao longo das décadas está sendo gerida por pessoas que desprezam. E essas pessoas estão desmantelando muitas das estruturas que sustentavam essa rede.

O pânico se instala porque, enquanto a maioria das ações executivas é transitória e pode ser revertida, uma demolição do Estado administrativo cuidadosamente arquitetado pelos democratas não é.

Trump e Musk estão fazendo algo sem precedentes na direita: estão cumprindo a promessa de drenar o pântano. Estão se movendo rapidamente e desfazendo estruturas enraizadas. E os uivos dos democratas — que afirmam se preocupar com os interesses da América no exterior — refletem algo muito mais profundo: um medo existencial de que seu império burocrático esteja sendo desmontado diante de seus olhos.

Ben Shapiro é apresentador do “The Ben Shapiro Show” e editor emérito do The Daily Wire. Graduado pela Universidade da Califórnia em Los Angeles e pela Faculdade de Direito de Harvard, ele é autor best-seller do New York Times cujo último livro é “The Authoritarian Moment: How the Left Weaponized America’s Institutions Against Dissent [O momento autoritário: como a esquerda instrumentalizou as instituições americanas contra a dissidência].”

noticia por : Gazeta do Povo

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