7 de fevereiro de 2025 - 18:53

Vídeo mostra queda e explosão de avião de pequeno porte em avenida de SP

THAÍS AUGUSTO, LORENA BARROS E MANUELA RACHED

DO UOL

Um avião de pequeno porte caiu na manhã desta sexta-feira (7) na avenida Marquês de São Vicente, na zona oeste de São Paulo, muito próximo da marginal Tietê, do Allianz Parque e dos CTs do São Paulo e do Palmeiras. Um empresário gaúcho e o piloto do avião morreram, e seis pessoas ficaram feridas no entorno.

Vítima era o dono da aeronave, o empresário e advogado gaúcho Márcio Louzada Carpena. A morte dele foi confirmada pela OAB-RS (Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Sul). A identidade do piloto, Gustavo Medeiros, foi confirmada ao UOL por um amigo e sócio de Márcio. Márcio chegou a postar imagens do avião em seu Instagram minutos antes da queda.

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Aeronave caiu por volta das 7h20, na altura do condomínio Jardim das Perdizes, depois de sair do Campo de Marte, na esquina com a av. Pompeia. Ela arrancou árvores, placas de trânsito e bateu na traseira de um ônibus, que estava parado para embarque e desembarque de passageiros, na Praça José Vieira de Carvalho Mesquita. O veículo da linha 8500 Terminal Pirituba-Barra Funda estava a 5 km do aeroporto.

Veja o vídeo da queda:

Testemunha relatou que o piloto tentou pousar a aeronave. Segundo o personal trainer Adriano Molina, o avião se arrastou pela avenida até se chocar com a traseira do ônibus e explodir. Ele disse que viu alguns passageiros saindo do ônibus pela porta da frente. 

Mulher que estava no ônibus disse só percebeu a queda após a batida. A auxiliar operacional Yasmin Dias, 20, estava sentada. “Quando o avião estava caindo, ninguém viu nada”, relatou. “Quando caiu no chão, exatamente atrás do nosso ônibus, o impacto foi muito forte, então o ônibus foi para frente com tudo. O motorista ainda freou para entender o que estava acontecendo, porque ninguém sabia até então que era um avião.”

“O motorista achou que era uma placa que tinha caído ou um carro que tivesse batido, mas só quando saímos que vimos que era um avião. A gente só começou a se desesperar quando teve o impacto e o ônibus parou, a gente olhou para trás e viu o fogo do avião. Aí foi que começou mesmo o desespero das pessoas, achando que o ônibus estava pegando fogo. Todo mundo começou a gritar ‘abre a porta’, só que que tinha uma grade do lado e não dava para abrir a porta”, disse Yasmin.

Pelo menos seis pessoas ficaram feridas. O motorista do ônibus passa bem, mas foi socorrido porque está em estado de choque. Um motociclista foi atendido após ter se assustado e atingido uma placa de trânsito. Uma idosa bateu a cabeça dentro do ônibus e fez um corte. Outras três pessoas no ponto ou dentro do ônibus também ficaram feridas, disse Kléber Vitor Santos, médico do corpo de Bombeiros: “O ônibus foi para frente e brecou [quando o avião bateu], então esse foi o impacto. Não foram as peças do avião que atingiram [essas vítimas]. Elas tiveram ferimentos leves, que não causam risco à vida neste momento”.

Aeronave era um King Air com capacidade para até 8 passageiros, mas duas pessoas estavam a bordo. O avião matrícula PSFEM foi fabricado em 1981 e transferido de dono em dezembro de 2024. Ele pertencia a empresa Máxima Inteligência Operações e Empreendimentos, de Porto Alegre, e não tinha autorização para fazer táxi aéreo, segundo o sistema da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). A aeronavegabilidade [estado de segurança da aeronave], porém, estava em situação normal.

Investigadores do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) foram acionados. Segundo a FAB (Força Aérea Brasileira), nesta fase são “utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação”.

Falha mecânica é a causa mais provável da queda. Foi o que disse o perito aeronáutico e forense Daniel Kalazans em entrevista ao UOL News. “Falarei como controlador e piloto. Operei muito no Campo de Marte, que tem uma área muito complicada após a decolagem. Tudo indica que foi uma falha técnica, mecânica. Entendo que ele [o piloto] tenha buscado o retorno. A melhor opção seria voltar para o próprio Campo de Marte e provavelmente isso não foi possível. O local de pouso ali naquela região é muito difícil. O piloto buscou a melhor opção, que foi tentar um pouso forçado na avenida [Marquês de São Vicente]. Mesmo assim, temos complicações. Em uma avenida, há postes, árvores, fios de alta tensão… Dificilmente ele lograria êxito.

Este é ao menos o oitavo caso de queda de avião de pequeno porte no Brasil nos últimos quatro meses. Além disso houve quedas de helicópteros, que foram duas no último mês: uma em Caieiras (SP) e outra em Cruzília (MG). A relação inclui casos de grande repercussão nacional, como o do avião que caiu em Gramado, na Serra Gaúcha, em 22 de dezembro, deixando 10 mortos e 17 feridos. E o de Ubatuba, no litoral paulista, em 9 janeiro, que deixou um morto e quatro feridos.

FONTE : ReporterMT

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