“Isto parece uma anedota, ninguém percebe porque é que há uma nova eleição tão cedo. Os políticos culpam-se uns aos outros, mas todos eles estão a ser irresponsáveis”, disse João Brito, 70 anos, funcionário público aposentado no centro de Lisboa.
O cientista político Adelino Maltez, da Universidade de Lisboa, apontou para pesquisas de opinião que mostram pouquíssimas mudanças nas preferências dos eleitores em relação à eleição de março de 2024, na qual a Aliança Democrática (AD), liderada pelo PSD de Montenegro, venceu por apenas 1.500 votos, garantindo 80 assentos na Câmara de 230 lugares.
Nas pesquisas, a AD continua marginalmente à frente dos socialistas, que agora têm 78 assentos.
“O problema é que as novas eleições não serão conclusivas… A AD e os socialistas estão empatados. É uma situação que lhes será difícil de gerir”, disse Maltez, vendo um pacto centrista entre o PSD e os socialistas como a única solução.
Os dois principais rivais políticos de Portugal só tiveram um acordo desse tipo no Parlamento uma vez, em 1983-1985.
“Se não o fizerem, será mais da mesma instabilidade”, disse Maltez, que considera os programas dos rivais como amplamente compatíveis.
noticia por : UOL