Ataque pôs fim a trégua em vigor desde janeiro em Gaza. Militares israelenses afirmaram que bombardearam alvos do Hamas. Terroristas acusam Israel de encerrar cessar-fogo de forma unilateral e colocar reféns em ‘destino incerto’. Bombardeios de Israel à Faixa de Gaza; Hamas diz que mortos passam de 300
O ex-ministro da Segurança Nacional israelense Itamar Ben-Gvir, que deixou o governo devido a divergências sobre o cessar-fogo em Gaza, está retornando à coalizão, disse uma declaração conjunta do partido na terça-feira, depois que Israel retomou os ataques ao enclave.
O retorno de Ben-Gvir fortalecerá o governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que ficou com apenas uma pequena maioria parlamentar após sua saída em janeiro.
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Novos bombardeios
As Forças Armadas de Israel lançaram uma série de ataques contra a Faixa de Gaza na madrugada de terça-feira (18) pelo horário local — noite de segunda-feira (17) pelo horário de Brasília.
Os bombardeios, que romperam com a trégua entre as duas partes, deixaram 413 mortos e 660 feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. A ofensiva continuava na manhã desta terça, ainda de acordo com Israel.
Esta foi a primeira grande operação militar na região desde o início do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, em janeiro.
Israel declarou que bombardeou alvos do Hamas e lideranças do grupo terrorista, mas o governo local do grupo terrorista afirmou que o ataque deixou centenas de civis mortos.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ter ordenado os ataques após o Hamas se recusar a libertar os reféns ainda mantidos em Gaza e rejeitar todas as propostas que receberam para uma segunda fase do cessar-fogo, ainda em negociação.
“Israel atuará, a partir de agora, contra o Hamas com força militar crescente”, diz o comunicado. O governo disse que continuará na ofensiva enquanto for necessário, podendo ampliá-la.
O ataque das Forças Armadas israelenses foi conduzido em conjunto com a Agência de Segurança de Israel, responsável pela inteligência do país.
Testemunhas relataram à Reuters terem presenciado uma série de explosões provocadas por ataques aéreos ao longo da Faixa de Gaza, e hospitais do território palestino receberam centenas de pessoas (veja vídeo acima).
Médicos que atuam no território afirmaram à agência que 200 pessoas morreram, incluindo várias crianças, e diversas ficaram feridas. Mais tarde, o Ministério da Saúde de Gaza disse que 254 pessoas haviam morrido. Depois, o número subiu para 326 mortos, ainda segundo o Hamas.
Segundo o Hamas, Mahmoud Abu Watfa, membro do alto escalão de segurança do grupo terrorista, foi morto durante os ataques.
De acordo com a Reuters, explosões foram observadas na Cidade de Gaza, em Deir Al-Balah, na região central, e em Rafah e Khan Younis, no sul. A Defesa Civil do território, contolada pelo Hamas, afirmou que 35 ataques aéreos foram registrados.
Uma autoridade do Hamas acusou Israel de romper com o acordo de cessar-fogo de forma unilateral, colocando os reféns mantidos em Gaza em um “destino incerto”.
Diante da operação militar, Israel anunciou que está impondo algumas restrições para comunidades israelenses que ficam próximas da fronteira com a Faixa de Gaza. As aulas nestes locais, por exemplo, foram suspensas.
Ordens de evacuação em algumas regiões de Gaza foram emitidas por Israel na manhã desta terça, no horário de Brasília, e palestinos foram registrados deixando o território.
Outros ataques contra alvos na Faixa de Gaza foram registrados anteriormente, mas menores. No sábado (15), pelo menos nove pessoas morreram em um bombardeio no norte do território, de acordo com médicos que atuam na região.
O cessar-fogo entre Israel e o Hamas começou em 19 de janeiro. O acordo, dividido em três etapas, prevê uma pausa completa nos ataques, além da troca de reféns mantidos pelo grupo terrorista em Gaza por prisioneiros palestinos detidos em Israel.
Na prática, o prazo da primeira fase do cessar-fogo terminou em 1º de março. Israel e o Hamas chegaram a negociar uma extensão da trégua, mas não chegaram a um acordo. Com isso, o governo israelense anunciou a interrupção da entrada de ajuda humanitária no território palestino.
Enquanto isso, as duas partes negociam o início da segunda fase do acordo, com a mediação do Egito, Catar e Estados Unidos.
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Guerra
Palestinos esperam em hospital após ataque israelense, em 18 de março de 2025
Reuters
A guerra entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro de 2023, quando terroristas do grupo atacaram e invadiram o território israelense. Naquele dia, 1.200 pessoas foram mortas e mais de 200 foram sequestradas.
Nas semanas seguintes, Israel lançou uma operação em larga escala na Faixa de Gaza para combater e destruir estruturas do Hamas. Segundo o Ministério da Saúde do território, controlado pelo grupo terrorista, mais de 40 mil pessoas morreram, incluindo mulheres e crianças.
O conflito gerou instabilidade no Oriente Médio e se expandiu para outras regiões, envolvendo o Hezbollah, no Líbano, e o Irã. Além disso, rebeldes Houthis, do Iêmen, passaram a atacar navios comerciais no Mar Vermelho em protesto às ações de Israel.
Na Faixa de Gaza, a guerra provocou uma crise humanitária generalizada, deixando milhares de pessoas desabrigadas ou deslocadas e reduzindo cidades a escombros.
Menino cozinha ao lado da mãe no teto de uma casa destruída, na Faixa de Gaza, em 17 de março de 2025
AP Photo/Jehad Alshrafi
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Fonte: G1