A imprensa francesa repercute nesta terça-feira (25) o escândalo que abala ainda mais as relações já conturbadas entre o governo de Donald Trump e a União Europeia. As revelações feitas pelo editor-chefe da revista The Atlantic, Jeffrey Goldberg, incluído por engano em um grupo de troca de mensagens da equipe de segurança nacional dos Estados Unidos na rede social Signal, “demonstram o desprezo de Trump pelos europeus”, observa o portal de notícias FranceInfo.
O jornalista da revista The Atlantic, inserido acidentalmente no grupo, como admitiram as autoridades em Washington, pôde acompanhar as discussões sobre um plano de ataques aos rebeldes houthis do Iêmen, em meados de março. O grupo no Signal era composto pelos principais encarregados da segurança dos EUA: o secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, o secretário de Estado, Marco Rubio, uma pessoa identificada como o vice-presidente J.D. Vance, a diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Waltz, a chefe de gabinete de Trump, Susie Wiles, e o assessor do presidente republicano Stephen Miller.
O jornal Le Figaro reproduz detalhadamente os trechos da discussão com críticas ácidas aos europeus. Na véspera dos ataques aos houthis, que ocorreram no dia 15 de março, o vice-presidente J.D. Vance expressou dúvidas sobre a pertinência da operação. Vance argumentou que apenas 3% do comércio dos EUA transitava pelo Canal de Suez, contra 40% do comércio europeu. O vice de Trump, ex-senador do Ohio, estimou que havia um risco real de que o público [americano] não entendesse porque o ataque aos houthis era necessário. Na sequência, Vance afirmou que odiava “salvar a Europa”.
noticia por : UOL