Nos próximos dias, os 252 membros do Colégio dos Cardeais se reunirão no Vaticano para eleger o sucessor do papa Francisco, morto nesta segunda-feira (21).

Assim como o argentino, o próximo pontífice terá a função não apenas de comandar a Igreja, mas também de chefiar o Estado do Vaticano e ser o bispo de Roma. Veja abaixo as principais prerrogativas do líder da Igreja Católica.

Dirigir a Igreja

A palavra papa vem do grego pappas, que significa “pai, patriarca”, e é por isso que os fiéis o chamam de “Santo Padre”.

Considerado o sucessor de São Pedro, a quem Cristo teria encarregado de dirigir a Igreja, o papa é o guia espiritual dos mais de 1,4 bilhão de católicos em todo o mundo. Seu papel é preservar e ensinar a fé cristã, interpretar o Evangelho e zelar pela unidade da Igreja.

Chefe de Estado

O papa tem o status de chefe de Estado e dirige a Cidade do Vaticano, um Estado independente situado em Roma, que é também o menor país do mundo, com 44 hectares.

Como chefe de Estado, exerce poderes absolutos (Executivo, Legislativo e Judicial). Também recebe chefes de Estado e de governo, chamadas de “audiências privadas”. Nessas visitas, discute sobre temas atuais e informa as posições da Santa Sé, uma entidade soberana no direito internacional.

Doutrina e ensino

O papa redige documentos como encíclicas e exortações apostólicas sobre temas doutrinais e morais para guiar os fiéis, orientá-los ou registrar reformas. Em seus 12 anos de pontificado, o papa Francisco abriu caminho para a bênção de casais do mesmo sexo, restringiu a celebração de missas em latim e tomou medidas contra abusos sexuais, por exemplo.

Ele também tem uma missão de ensino, por meio de seus discursos. Além das homilias das missas, todas as quartas-feiras de manhã pronuncia uma catequese pública no Vaticano diante dos fiéis, durante a audiência geral semanal.

Nomeações

O papa também é responsável por aprovar a nomeação de bispos, que estão à frente das dioceses em todo o mundo —atualmente, são cerca de 3.000. Além disso, ele cria cardeais que serão chamados para eleger seu sucessor caso tenham menos de 80 anos na ocasião.

O pontífice também tem a palavra final para elevar ao status de santos figuras proeminentes da Igreja Católica e pode convocar sínodos (reunião mundial de leigos e religiosos) para tratar de temas específicos.

Viagens

O papa viaja para entrar em contato com fiéis de todo o planeta. Respondendo a convites oficiais de chefes de Estado, o líder realiza visitas oficiais, chamadas de apostólicas.

O papa que mais viajou foi João Paulo 2º, que fez 104 visitas ao exterior em seus 26 anos de pontificado, seguido por Francisco, que fez 47 viagens.

Essas viagens lhe dão a oportunidade de renovar seus apelos por paz, diálogo inter-religioso, respeito aos direitos humanos e justiça social —declarações que servem como posicionamento moral e são amplamente divulgadas em todo o mundo.

Bispo de Roma

Como bispo de Roma, o papa deve administrar sua diocese. No entanto, devido a suas outras obrigações, essa tarefa geralmente é delegada a um vigário geral.

No entanto, o papa participa da vida da Igreja local, visitando paróquias da capital italiana em celebrações ou outros lugares simbólicos da cidade a cada ano, como a Via Sacra no Coliseu na Sexta-feira Santa ou a festa da Imaculada Conceição perto da Praça de Espanha, em 8 de dezembro.