Pouco a pouco, o ambiente ficou festivo e algumas freiras dançavam ao som de uma canção popular que dizia: “Francisco está passando por aqui / e quando passa tudo se transforma/ a alegria chega/ e a tristeza vai embora.”
Com a batina branca de celebração e uma estola com a legenda “Igreja pobre para os pobres”, os chamados padres ‘villeros’ (‘ de favela’), como são conhecidos os sacerdotes das comunidades, conduziram os fiéis a uma peregrinação de nove quilômetros por lugares emblemáticos para o outrora arcebispo.
Milhares de pessoas de todas as idades, muitas com crianças pequenas, se juntaram à peregrinação cantando e tocando tambores, alguns inclusive com trajes carnavalescos. Entre a multidão se destacava a bandeira do San Lorenzo, o clube de futebol para o qual Bergoglio torcia.
“Pensar que em Roma estão tristes”, disse às gargalhadas Norma Brioso, de 63 anos, dançando ao som dos tambores. “Francisco está vivo aqui entre nós, isto é a Argentina se despedindo dele. Isto é bem popular como ele foi. Ele estaria feliz de nos ver assim nas ruas celebrando sua vida”.
O ambiente é festivo porque “hoje é o dia de fazer um pacto de amor com Francisco, colocando o nosso coração e unidos para continuar o seu legado”, disse à AFP Lorenzo de Vedia, conhecido como o “padre Toto” da Vila 21-24, a comunidade onde terminará a caminhada.
– ‘Cause confusão lá em cima’ –
A procissão fez uma parada na Praça da Constituição, a metros de um dos principais terminais ferroviários de Buenos Aires e em cujos arredores é comum ver profissionais do sexo, vendedores ambulantes e pessoas em situação de rua.
noticia por : UOL