9 de junho de 2025 - 7:20

Ex-policial vai a júri popular por matar músico e esconder o corpo

VANESSA MORENO

DO REPORTÉR MT

O ex-investigador da Polícia Civil, Kleber Ferraz Albuês, acusado de assassinar o músico Thiago Festa Figueiredo, de 27 anos de idade, e ocultar o cadáver dele, irá a júri popular no dia 27 de junho. O comparsa dele, Hueder Marcos de Almeida, também será julgado.

Kleber Ferraz e Hueder Marcos foram denunciados pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pelos crimes de constrangimento ilegal, sequestro qualificado, homicídio qualificado, ocultação de cadáver, falsidade ideológica, fraude processual e prevaricação.

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De acordo com a denúncia, os crimes foram cometidos nos dias 9 e 10 de dezembro de 2011.

Thiago Festa e um amigo foram presos pela Polícia Militar e levados à Central de Flagrantes, no bairro Planalto, em Cuiabá, por compra de drogas. A mãe do amigo da vítima, teria procurado Kleber para providenciar um tratamento para o filho dela e, em momento algum, a família de Thiago foi contatada acerca de uma possível internação.

Quando foi liberado, Thiago teria sido coagido por Kleber, com uma arma de fogo, a ir dirigindo o próprio carro até à Clínica JKR.

O denunciado KLEBER constrangeu a vítima THIAGO FESTA FIGUEIREDO, mediante grave ameaça empreendida com emprego de arma de fogo, a fazer o que a lei não manda, ou seja, conduzi-lo à Clínica “JKR””, diz trecho da denúncia do MP.

No local, Kleber e Hueder internaram Thiago sem autorização para desintoxicação e, na madrugada do dia 10, eles forçaram a vítima a tomar um coquetel de medicamentos, mesmo sabendo que Thiago era alérgico, assumindo o risco de matá-lo.

Após a morte do músico, os réus ocultaram o cadáver dele às margens da estrada de acesso ao Distrito da Guia.

Kleber, como então investigador da Polícia Civil, e Hueder inseriram declarações falsas em um Boletim de Ocorrência para parecer que a morte de Thiago fosse apenas um “encontro de cadáver”.

Os denunciados KLEBER e HUEDER inovaram artificiosamente na pendência de procedimento administrativo, com fim de produzir efeito em processo penal – fazendo com que o fato revelasse mais um mero “encontro de cadáver””, narra a denúncia.

O exame necroscópico comprovou a intoxicação por medicamentos.

Após o crime, Kleber foi exonerado da Polícia Civil. Atualmente, ele atua como assessor parlamentar do deputado estadual Júlio Campos (União), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).

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O processo contra o ex-policial e seu comparsa já passou por diversas etapas processuais, incluindo recursos e um Habeas Corpus, os acusados foram absolvidos sumariamente do homicídio, e a prescrição foi reconhecida para crimes conexos.

Posteriormente, o recurso do MP foi aceito e Kleber e Hueder acabaram sendo pronunciados para julgamento pelo Tribunal do Júri, com exceção dos crimes de constrangimento ilegal e prevaricação, devido à prescrição.

 A sessão de julgamento será às 9h, na 1ª Vara Criminal.

FONTE : ReporterMT

9 de junho de 2025 - 7:20

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