FERNANDA ESCOUTO

DO REPÓRTERMT

O vereador de Cuiabá Jefferson Pereira acusou o prefeito Abilio Brunini (PL) de nepotismo. A denúncia aconteceu durante o discurso de Jefferson durante sessão de inauguração da Câmara Municipal, nesta segunda-feira (3).  Abilio chegou a se retirar do plenário, em meio à fala do parlamentar, que teve o microfone cortado pela presidente da Casa, Paula Calil (PL).

Jeferson iniciou a sua fala afirmando que Abilio tem tomado decisões diferentes do discurso que o elegeu a prefeito, como por exemplo, a nomeação de parentes de vereadores na Prefeitura.

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“O nepotismo é o favorecimento de familiares e amigos na concessão de cargos públicos. O que eu tenho visto hoje, acompanhado o Diário Oficial, são vários e vários familiares de vereadores sendo acolhidos pela sua gestão”, afirmou.

Durante o discurso, Abilio pediu então que Jefferson citasse nomes.

“Posso citar sim, com certeza, mas o senhor não vai dar tom ao meu discurso. Eu ouvi o senhor falando, agora o senhor precisa me ouvir”, respondeu o vereador, quando então foi interrompido pela presidente da Câmara.

“Vereador Jeferson, por gentileza, hoje a Mesa veio trazer a mensagem para o exercício de 2025 e eu gostaria que o senhor se atentasse“, pediu Paula.

Jefferson retrucou e anunciou que seguiria com a sua fala. “O discurso é meu. Eu disse para a senhora, se essa Casa não for subserviente ao prefeito, a senhora tem o meu apoio total, agora a senhora querer interferir. Peço que volte o meu tempo [no cronômetro] porque é direito meu, em um discurso que é meu“, afirmou.

“E o meu direito a expressão? E a minha imunidade parlamentar? Eu não posso falar? Volte o meu tempo por gentileza, estou aguardando. Eu escutei ele [Abilio] atentamente quando ele falou. Agora quando a gente vai falar, ele se levanta e se retira. Será que essa é a gestão que está comprometida a discutir com essa Casa?“, questiona o vereador, logo após Abilio se retirar do local para dar entrevista à imprensa. 

Abilio retornou à sessão em seguida ao discurso de Jeferson e no final da cerimônia pediu a palavra. “Antes eu era pedra e agora eu sou vidraça. Então é natural que esses embates aconteçam. Vamos aceitar as críticas, buscar a correção dos nossos problemas. Não me sinto ofendido nem preocupado em relação à situação que aconteceu aqui, já vi situações piores”, disse.